26 outubro 2011

Primeiro ensaio sobre religião – Os religiosos cristãos


Cada dia que passa eu fico mais enjoado da religião instrumental. Vejo pessoas mais apegadas a modos de ser do que em uma essência racional e sincera de fé. São modelos de vestimenta, de comportamento e um imenso vazio de ações e caráter.

É evidente que há uma opção clara das instituições por modelos conservadores e mecânicos, uma opção clara pela uniformidade. Porém, isso gera falsos religiosos. Os adeptos cheiram a hipocrisia, são um misto de gratidão pública a um Deus o qual não acreditam, em verdade.

As palavras são vomitadas. Mensagens medíocres são passadas. E tudo que possuem é uma defesa inconsistente daquilo que mesmo professam. A realidade se estende sobre a forma como são formados, doutrinados. É uma instituição mecânica que persegue números e não qualidade. As instituições religiosas sobrevivem como um organismo desesperado, que está preocupado em ampliar-se pelo espaço e não em estabelecer-se com consistência.

Esse meio cria o tipo mais desprezível de crente, o crente adestrado. Ele foi adestrado a se comportar de um jeito, a falar de um jeito, se vestir de um jeito, ouvir música de um jeito, se comportar publicamente de um jeito.

Porém, sua essência está completamente distorcida frente aquilo que professa. Pois a realidade é que ele desconhece a essência daquilo que professa. Ele foi ensinado a se comportar e não educado na mensagem transmitida!

É exatamente por isso que o comportamento moral é discrepante – nisso se encontra questões como o relacionamento interpessoal, atitudes que envolvem comportamento ético, aquilo que realmente questiona o caráter e não o comportamento condicionado –, acabam sendo vistos em um véu de hipocrisia pelos não crentes.

Eu decidi me libertar das vias institucionais. As atitudes das instituições estão mais preocupadas em como eu me visto, se meu corpo possui tatuagens, como corto meu cabelo, o alimento que eu como, as músicas que ouço, os filmes vejo. As instituições estão mais preocupadas em suprimir expressões emocionais e de personalidade do que realizar uma transformação de caráter.

E, de uma forma triste, as instituições não perceberam aquilo que, creio eu, ser a essência mais intensa do cristianismo, a transformação de caráter. Quando você transforma o caráter, todo o resto que necessita ser transformado, o será por conseqüência. Não é preciso doutrinação. Não é preciso adestramento. E aquilo que é uma mera expressão de personalidade, continuará.

É preciso também entender que traços culturais são peculiares e que a fé não possui uma cultura ou formato comportamental.

O modelo de culto de igrejas protestantes e evangélicas é cheio de elementos de cultos pagãos, principalmente germânico e saxão em sua liturgia. O formato de missa da igreja católica é repleto de elemento da religião romana. São traços culturais que foram incorporados e adaptados ao cristianismo.

É preciso separar fé de cultura. É preciso proteger a fé da cultura, sem dúvida, pois a cultura pode sim desviar para um sentido contrário da essência da fé. Porém, desde que ambos os elementos sejam contidos dentro de suas próprias esferas, isso não acontece.

Mais do que isso, é fundamental que os crentes busquem uma vivência real a postar mensagens vazias para pessoas que conhecem superficialmente como se isso fosse prova de fé; prova de fé é viver de acordo com o caráter amoroso e ir muito além da roupa de culto.

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