Existe um
ódio presente que irá descaracterizar qualquer acontecimento em uma critica
mortal a presidente Dilma. Nesta última semana três eventos pautaram a
exortação da impulsividade das redes sociais; o incêndio na boate Kiss em Santa Maria, a redução das tarifas de eletricidade e o aumento do preço da gasolina.
Os três
temas se entrelaçaram em um discurso de ódio contra a figura da presidente. E
de forma completamente irracional. Que o governo possui seus erros e acertos,
isso é óbvio, como qualquer gestão pública. Porém, as criticas nesses temas são descabidas.
No caso de
Santa Maria, nenhum dos fatores que desencadeou o incidente é de
responsabilidade direta de gestão Federal, muito pelo contrário, as
incumbências eram do município, ministério público e corpo de bombeiros.
A
presidente estava no Chile, mas com a tragédia, deixou seus compromissos para
estar presente em Santa Maria. Ato que é esperado de alguém em sua posição, que
se mostre presente no momento de uma tragédia e mostre sensibilidade e liderança
em um momento que a racionalidade se perde frente à dor.
Porém, a
presença da presidente foi extremamente criticada na internet e na grande
mídia. Caruso fez uma charge extremamente ofensiva sobre o assunto, cartas abertas correram as redes sociais com criticas às lágrimas da presidente.
Uma ação
completamente descabida. Os primeiros que devem ser responsabilizados pela
tragédias são os proprietários da boate e a própria banda que utilizou
pirotecnia sem um preparo qualificado e profissional para tal. Em seguida, o
município que autorizou o funcionamento sem alvará e anteriormente havia
permitido o funcionamento de um local sem condições adequadas (não havia meios para realizar o escoamento
de pessoas em caso de emergência) e sem devida
sinalização para saída. E nisso envolvemos o Ministério Público e o corpo de Bombeiros. Nesse
caso, as criticas para Dilma são descabidas.
De forma
simultânea, corriam correntes correlacionando a redução das tarifas de energia
e aumento do valor da gasolina.
Além das
tarifas serem desvinculadas, serem geridas por modelos diferentes e terem poder
de penetração diferente na população, correlacionar o dois itens é
completamente descabido.
Pagamos um
preço irreal pela eletricidade. Mesmo com a redução, ainda teremos uma das
tarifas mais elevadas do mundo. Porém, essa redução é uma conquista.
Independente da manobra que ocasionou essa redução, é uma redução de uma tarifa
que afeta o bolso da maioria da população. Quando foi a última vez que você viu
o custo de um serviço de utilidade de massa ser reduzido? Eu não me lembro de
ter presenciado nenhum evento de redução anteriormente, apenas aumento de
tarifas e impostos. Ou seja, é ponto para o governo Dilma.
O aumento
da gasolina não vai compensar a redução da tarifa de eletricidade para os cofres
públicos, nem para as concessionárias que exploram o setor. O volume de
gasolina utilizada no Brasil é inferior em quantidade e movimentação financeira
em comparação à eletricidade. Os valores não são relativos.
Apenas uma
pequena parcela da população brasileira possui carro. A parcela com mais poder
aquisitivo. E maior parte se encontra nos grandes centros urbanos. E a verdade
é que temos uma necessidade de desincentivar a utilização de carros e reforçar o uso de transportes alternativos.
É uma
necessidade das grandes cidades reduzir o trânsito e a poluição. E uma medida
restritiva a utilização desnecessária do carro é sim um ganho social. Por isso,
vejo o aumento da gasolina como positivo. Pois, alem de sugerir um uso mais
racionado do automóvel, também tornará o álcool uma opção mais atraente. E o
etanol causa menos impacto em geração de monóxido de carbono que a gasolina.
Todas essas
criticas partem de um ódio pautado no recalque sobre a presidente. Eu estou
longe de ser fã do PT. Mas prefiro pautar minhas criticas na racionalidade e
observar com sobriedade os acertos desse governo. Aquilo que é feito de
positivo por quem não é de nossa preferência política também deve ser respeitado,
para que a democracia seja um real instrumento de benefício à sociedade.