01 fevereiro 2013

São justas as pedras jogadas em Dilma?


Existe um ódio presente que irá descaracterizar qualquer acontecimento em uma critica mortal a presidente Dilma. Nesta última semana três eventos pautaram a exortação da impulsividade das redes sociais; o incêndio na boate Kiss em Santa Maria, a redução das tarifas de eletricidade e o aumento do preço da gasolina.

Os três temas se entrelaçaram em um discurso de ódio contra a figura da presidente. E de forma completamente irracional. Que o governo possui seus erros e acertos, isso é óbvio, como qualquer gestão pública.  Porém, as criticas nesses temas são descabidas.

No caso de Santa Maria, nenhum dos fatores que desencadeou o incidente é de responsabilidade direta de gestão Federal, muito pelo contrário, as incumbências eram do município, ministério público e corpo de bombeiros.

A presidente estava no Chile, mas com a tragédia, deixou seus compromissos para estar presente em Santa Maria. Ato que é esperado de alguém em sua posição, que se mostre presente no momento de uma tragédia e mostre sensibilidade e liderança em um momento que a racionalidade se perde frente à dor.

Porém, a presença da presidente foi extremamente criticada na internet e na grande mídia. Caruso fez uma charge extremamente ofensiva sobre o assunto, cartas abertas correram as redes sociais com criticas às lágrimas da presidente.

Uma ação completamente descabida. Os primeiros que devem ser responsabilizados pela tragédias são os proprietários da boate e a própria banda que utilizou pirotecnia sem um preparo qualificado e profissional para tal. Em seguida, o município que autorizou o funcionamento sem alvará e anteriormente havia permitido o funcionamento de um local sem condições adequadas (não havia meios para realizar o escoamento de pessoas em caso de emergência) e sem devida sinalização para saída. E nisso envolvemos o Ministério Público e o corpo de Bombeiros. Nesse caso, as criticas para Dilma são descabidas.

De forma simultânea, corriam correntes correlacionando a redução das tarifas de energia e aumento do valor da gasolina.

Além das tarifas serem desvinculadas, serem geridas por modelos diferentes e terem poder de penetração diferente na população, correlacionar o dois itens é completamente descabido.

Pagamos um preço irreal pela eletricidade. Mesmo com a redução, ainda teremos uma das tarifas mais elevadas do mundo. Porém, essa redução é uma conquista. Independente da manobra que ocasionou essa redução, é uma redução de uma tarifa que afeta o bolso da maioria da população. Quando foi a última vez que você viu o custo de um serviço de utilidade de massa ser reduzido? Eu não me lembro de ter presenciado nenhum evento de redução anteriormente, apenas aumento de tarifas e impostos. Ou seja, é ponto para o governo Dilma.

O aumento da gasolina não vai compensar a redução da tarifa de eletricidade para os cofres públicos, nem para as concessionárias que exploram o setor. O volume de gasolina utilizada no Brasil é inferior em quantidade e movimentação financeira em comparação à eletricidade. Os valores não são relativos.

Apenas uma pequena parcela da população brasileira possui carro. A parcela com mais poder aquisitivo. E maior parte se encontra nos grandes centros urbanos. E a verdade é que temos uma necessidade de desincentivar a  utilização de carros e reforçar o uso de transportes alternativos.

É uma necessidade das grandes cidades reduzir o trânsito e a poluição. E uma medida restritiva a utilização desnecessária do carro é sim um ganho social. Por isso, vejo o aumento da gasolina como positivo. Pois, alem de sugerir um uso mais racionado do automóvel, também tornará o álcool uma opção mais atraente. E o etanol causa menos impacto em geração de monóxido de carbono que a gasolina.

Todas essas criticas partem de um ódio pautado no recalque sobre a presidente. Eu estou longe de ser fã do PT. Mas prefiro pautar minhas criticas na racionalidade e observar com sobriedade os acertos desse governo. Aquilo que é feito de positivo por quem não é de nossa preferência política também deve ser respeitado, para que a democracia seja um real instrumento de benefício à sociedade.